Em meio à escalada da mortalidade materna na Paraíba com 16 mortes registradas apenas nos primeiros meses de 2025 o Governo do Estado segue fechando os olhos para a grave situação enfrentada em Campina Grande, onde o Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA) continua sendo a única maternidade de alto risco da segunda macrorregião.
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A realidade foi escancarada pela própria secretária executiva de Estado da Saúde, Renata Nóbrega, durante audiência pública realizada na última quinta-feira (3).
“Nosso maior problema está na segunda e na terceira macrorregiões, onde se concentram os serviços de alta complexidade. Esses serviços estão lotados”, admitiu.
Apesar da sobrecarga do ISEA que atende cerca de 170 municípios da Paraíba e de estados vizinhos, o Governo optou por investir na abertura de ambulatórios de alto risco em Souza, Cajazeiras, Pombal, Monteiro e Picuí, cidades importantes, mas sem maternidades de alto risco, o que limita drasticamente a efetividade desses atendimentos.
“O esforço do governo da Paraíba foi ampliar acesso em outras regiões. Gestantes de Conceição, por exemplo, agora podem se deslocar até Cajazeiras. Já na segunda macro, onde está o ISEA, o serviço continua operando no limite”, afirmou Renata.
Enquanto o ISEA continua à beira do colapso, o Hospital de Clínicas de Campina Grande que havia sido anunciado com outra finalidade teve seu projeto reformulado e agora será o Hospital da Mulher de Campina Grande. No entanto, a obra só deve ser concluída em 2026, o que significa que a segunda maior cidade da Paraíba vai enfrentar mais dois anos de negligência e sobrecarga.

Por outro lado, o Governo anunciou que o Hospital da Mulher de João Pessoa será entregue ainda em 2025, com investimentos superiores a R$ 100 milhões. A concentração de recursos e infraestrutura na capital, mais uma vez, deixa Campina Grande à margem das prioridades do Executivo estadual.
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