Prato Cheio de Corrupção: secretários Pollyanna Dutra e Tibério Limeira são denunciados por esquema de propina

A Paraíba enfrenta mais um capítulo vergonhoso em sua gestão pública. A secretária de Desenvolvimento Humano, Pollyanna Dutra, e o ex-secretário Tibério Limeira foram denunciados pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) sob graves acusações de integrarem uma organização criminosa. O esquema envolve pagamento de propinas em troca de contratos milionários, concentrando o fornecimento de alimentos em empresas específicas.

Siga nosso Instagram @blogandersonsouza

A denúncia, parte da Operação Indignus, revela um emaranhado de corrupção, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro. Os acusados, incluindo Pollyanna e Tibério, teriam recebido vantagens financeiras oriundas de contratos fraudulentos com instituições beneficentes e programas sociais, como o “Prato Cheio”. Este, que deveria atender populações vulneráveis, acabou sendo transformado em instrumento de enriquecimento ilícito, desviando mais de R$ 18 milhões.

Conforme o Ministério Público, as provas são robustas e incluem mensagens de WhatsApp, anotações financeiras e depoimentos de envolvidos. Tibério Limeira, por exemplo, teria recebido R$ 50 mil em dinheiro vivo por meio de seu motorista. Pollyanna Dutra, atual secretária, teria recebido R$ 70 mil em propina, valor entregue à sua mãe, funcionária do Hospital Padre Zé.

A tesoureira Amanda Duarte e a diretora administrativa Jannyne Dantas foram peças-chave no esquema, agindo como intermediárias para repassar os valores aos gestores públicos. A participação do padre Egídio de Carvalho Neto, ligado a instituições beneficentes, manchou ainda mais a credibilidade das ações sociais, ao ser acusado de desviar doações e recursos públicos.

Enquanto a denúncia expõe detalhes estarrecedores, os acusados tentam se defender. Tibério classificou os documentos apresentados como “manuscritos sem validade legal”. Pollyanna, por sua vez, declarou desconhecer o teor das acusações. O Governo do Estado preferiu o silêncio, aumentando a sensação de desamparo e falta de transparência.

O “Prato Cheio”, criado para combater a fome entre moradores de rua, foi transformado em uma vitrine de corrupção. Entre 2021 e 2023, mais de R$ 21 milhões foram liberados para o programa, mas a denúncia indica que parte significativa desses recursos foi desviada.

As empresas favorecidas, controladas por Kildenn Tadeu, garantiram contratos milionários, enquanto a população carente continuava desassistida. O caso é mais uma prova de que, na Paraíba, até mesmo os projetos sociais são alvo da ganância de gestores corruptos.

O avanço da Operação Indignus revela não apenas a corrupção nos bastidores do governo, mas também o descaso com a população vulnerável. O silêncio do Governo do Estado e as explicações frágeis dos acusados evidenciam a necessidade de uma resposta firme da Justiça.

Compartilhe esta notícia