Caso do mutirão oftalmológico no Hospital de Clínicas de Campina Grande corre em segredo de Justiça

Foto: Reprodução/Divulgação

Enquanto dezenas de pacientes lidam com a dor, o medo e possíveis sequelas irreversíveis após um mutirão oftalmológico realizado no Hospital de Clínicas de Campina Grande na última quinta-feira (15), as investigações sobre o caso seguem em segredo de Justiça, uma decisão que levanta questionamentos, além de escancarar a falta de transparência em um episódio que envolve recursos públicos, saúde coletiva e, principalmente, vidas.

Ao todo, 64 pessoas foram submetidas a cirurgias oftalmológicas promovidas pela Fundação Rubens Dutra Segundo, contratada pela Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba (SES). Pelo menos 29 pacientes relataram sintomas que variam de leves a graves. Destes, nove enfrentam complicações sérias, como infecções e suspeitas de perda de visão. Medicamentos vencidos foram encontrados e, ainda assim, parte fundamental da apuração permanece sob sigilo, sem qualquer justificativa concreta divulgada à sociedade.

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A Polícia Civil confirmou que as diligências estão em curso e que o depoimento de vítimas, testemunhas e da equipe médica começa na próxima semana. No entanto, ressalta que detalhes não podem ser divulgados por conta do segredo de Justiça.

Perguntar não dói: por que esconder informações em um caso que envolve o interesse público?

Veja nota da Polícia Civil:

A Polícia Civil da Paraíba informou, por meio de nota oficial divulgada nesta quinta-feira (29), que segue avançando nas investigações relacionadas ao mutirão oftalmológico realizado em Campina Grande. A operação médica, promovida pela Fundação Rubens Dutra Segundo e contratada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), está sendo alvo de apurações após complicações apresentadas por pacientes submetidos às cirurgias.

Segundo a Polícia Civil, já foi cumprida uma demanda encaminhada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), e os próximos passos da investigação incluem o início da oitiva de vítimas e testemunhas, previsto para acontecer a partir da próxima terça-feira, 3 de junho.

Apesar do avanço das diligências, o órgão informou que não pode divulgar detalhes do caso, uma vez que o processo tramita sob segredo de Justiça.

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